Não basta
simplesmente enumerar tipologias de fontes de referência, dissociando-a de um
contexto que envolve suas finalidades, as práticas desenvolvidas para promoção
de sua visibilidade e a importância que deve ser associada ao seu contexto e
utilização nas bibliotecas.
Diretamente relacionadas ao
serviço de referência, essas obras são definidas por Mccombs (1965, p. 15) como
a “obra feita para consulta, distinguindo-se à leitura: no sentido mais lato é
qualquer trabalho utilizado para se obterem informações”.
Dias (2000, p. 199), compreende
que “obras de referência designam aquelas obras de uso pontual e recorrente, ao
contrário de outras que são destinadas, normalmente a serem lidas do principio
ao fim. Uma das principais finalidades das fontes de referência é facilitar a
localização da informação que se procura”.
Abordado o elemento conceitual, é
preciso contextualizar outros entes que exercem reflexo significativo nessa
temática. Práticas profissionais, tipologias de unidades, diretrizes
estabelecidas para marketing e disseminação das obras enquanto objeto de auxílio
e principalmente a abordagem relativa a problemática cultural que assola e tem
afetado o uso efetivo dessas fontes em mecanismos tradicionais ou na associação
ao patamar tecnológico que dá novos horizontes aos processos de recuperação da
informação.
Esse novo patamar se evidencia na
medida em que possibilita criar, modificar e dar celeridade ao processo de construção
de instrumentos eletrônicos que revelam um novo horizonte sobre obras de
referência.
Repositórios, bibliografias
correntes, bases de dados, bancos de dados de legislações, índices cronológicos
de legislações como LEX, dicionários e enciclopédias eletrônicas e outros
mecanismos associados ao estabelecimento de metadados que acabam por
caracterizar fontes secundárias nas quais as obras de referência se incluem.
Nesse sentido, a compreensão
sobre o enfoque das fontes e as mudanças que se anunciam, cabe dizer que a
literatura sobre a temática é escassa, ainda que autoras como Nice Figueiredo e
Murilo Bastos da Cunha revelem elementos substantivos sobre os diversos
aspectos que envolvem as obras de referência e as fontes de informação de modo
geral.
O que se busca diante das
perspectivas que se anunciam sobre as obras de referência é o diferencial da
postura e da prática profissional quanto ao estabelecimento de dinâmicas que
propiciem cumprir a sua finalidade no espaço informacional das bibliotecas; que
técnicas e habilidades sejam associadas e aplicadas a novas ferramentas e que com
isso acabem propiciando uma melhor compreensão sobre elas; que as variáveis
internas e externas dentro do aspecto psico-social inerentes a profissionais e
usuários não acabem representando um impedimento cultural, que apenas distancie
ou cause desconhecida a finalidade a que se remete o uso efetivo dessas obras.
Por fim, é essencial também ter a
capacidade profissional de lidar com critérios de análise das fontes que irão
compor as obras de referências, sem desvinculá-la(por desconhecimento ou não)
de seus propósitos, distinguindo suas características e peculiaridades e acima
de tudo agindo para a promoção de políticas que possam permitir (ou pelo menos
tentar) elevar o seu grau de acessibilidade e uso efetivos.
Foco sempre!
Jorge Cativo